quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pequeno dicionário dos sentidos



Alegria é bolo de fubá feito com a receita da vovó.




*Baseado nas músicas de Vanessa da Mata

Por uma vida presenteira



Apesar de todos os pesares, um pote inteirinho de esperança é o que temos para hoje!
Isso porque são histórias presenteiras que constróem a vida da gente.
Tolice viver o que passou, mesmo que tenha sido bom.
Bobice viver o que virá, mesmo que sejam bonitas as vontades.
A vida...bom, a vida é agora!


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Do que se foi...


"Silêncio antes de nascer, silêncio depois da morte,
a vida é puro ruído entre dois silêncios insondáveis".

- Isabel Allende -



Quatro meses que Clarinha virou saudade.
E, como saudade, ela não pode mais ir embora.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Amorizade


Camila diz: amiga, tu não estás mais falando direito comigo.
por que, hein?

Duda diz: é porque quase nunca eu estou aqui. agora, mesmo, estava lendo uma tese.

Camila diz: tou órfã de tu.

Duda diz: eu deveria dizer que estou órfã de tu, também, mas estou órfã é de mim, mesmo.

Camila diz: mas tu fica bem sem tu.
eu, não. =(

*Porque nossa amizade é daquelas coisas que não têm fim. E com ou sem ausências, de um jeito ou de outro, é de mãos dadas que a gente vai!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Dos presentes...


A Dona Mel (http://jardimdemell.blogspot.com/), a flor mais linda de um jardim super colorido, presenteou-me com essa surpresa tão encantadora. Para continuar a brincadeira, chegou a minha hora de indicar leituras e presentar pessoas queridas. Lá vai minha listinha de casas que merecem ser visitadas.

1. Para a menina Cris, que me encontrou justamente quando eu estava precisando ser encontrada. As palavras mais doces, os carinhos mais bonitos, você encontra aqui: http://blog-chao-de-estrelas.blogspot.com/

2. Para a menina-borboleta, dona do sorriso mais bonito do mundo, que chegou e não vai mais embora, seja como for. Aqui, tem até samba, se você quiser: http://www.nelmioparadiso.blogspot.com/

3. Para o amigo poeta, aquele tão jovem, mas que já tem tanto talento no trato com as palavras. Aqui, você encontra engenharia das boas: http://www.laminalucida.blogspot.com/

4. Para Ziris, outra trabalhadora das letras, mais uma que me encontrou e que eu nunca mais quero que desencontre. Palavras para todos os dias, sempre: http://ziris-umtoquedevida.blogspot.com/

5. Por fim, devolvo o mimo, com o mais profundo desejo de que perdure esse encontro de almas promovido pelas letras, pela internet e, principalmente, pela vida: http://jardimdemell.blogspot.com/


Que seja tudo sempre doce!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eram os dois


Acontece nas melhores famílias. De repente, ela virou-se e não reconheceu o homem que dormia no lado esquerdo da cama. Nunca havia se perguntado, aliás, o porquê de tantos anos dormindo do lado direito. Não lembrava em que momento ficaram instituídas as posições. Não era a barriga preponderante, nem a toalha molhada em cima da cama. Não era o futebol aos domingos, nem as latinhas de cerveja espalhadas pela casa. Não era a mania de dirigir perigosamente, nem a indelicadeza de jamais abrir a porta do carro. Ela gostava do sexo, do cheiro, do papo. Mesmo quando precisava fingir orgasmo, mesmo quando a loção pós-barba ficava espalhada na pia do banheiro, mesmo quando não entendia direito as oscilações da bolsa. O problema todo estava no lado esquerdo. Não no lado esquerdo em si, pois nunca se importou com posições, mas na repetição, na rotina, na programação massante dos dias. O problema estava nos anos, no que ela fez dos anos, nos momentos em que foram determinados os lados da cama. Eram os lados, as divisões, a delimitação de papéis. Era ela. Era ele. Eram os dois.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Braços estirados


"Livrai-me de tudo que me trava o riso. Amém."

- Cris Carvalho -


As coisas mudaram no dia que ela decidiu se entregar. Não lembra em que instante isso aconteceu, mas desejou ficar diferente, com menos rancor, menos mágoa, menos peso. Parou de procurar quem deixou de pagar a conta e esqueceu todos os devedores pelo caminho. Na bagagem, só o estritamente necessário. Eliminando sobras, aprendeu a aparar as arestas. Dos pertences, restou apenas o desperdício de si, a entrega, o arrebatamento. Pegou nos ares a estrela caída do céu, colocou no cabelo, como um iluminado enfeite, e foi. Peito aberto. Braços estirados. A vida, agora, era qualquer coisa pura, qualquer coisa livre, qualquer coisa genuína. Nada é pesado demais para quem tem asas.


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Para Clara



Dói. Mas há que se entender os rumos da vida.

Clara passava dias a depositar impossibilidades numa branca folha de papel. Criava castelos, montanhas e fadas com giz-de-cêra. Dos desenhos, guardava as cores. Céu, sol e flores amarelas, amar-ela. De repente, foi acometida por uma doença de nome estranho: leucemia. Continuou a colorir. Quando as coisas pioraram e o corpo começou a enfraquecer, a menina passou a entender sobre a dor. Conviveu com ela por quase dois anos. Era duro, mas acostumou. E da dor, tirou o alívio. Na bagagem que levou para o hospital, um punhado de estrelas, uma porção de esperança e muitos potes de vida. Vida por toda parte. Sempre. Sempre. Sempre. É por isso que não vou falar da morte. Nem da dela, nem da minha, que também morri um pouco quando ela partiu. Não vou falar da morte porque a morte é nada perto da inocência e do riso lindo que me vêm à mente cada vez que fecho os olhos.

Menina-Luz!


*Vai fazer um mês que Clarinha foi lá pra cima alumiar a vida da gente. Sei que papai do céu fez isso porque ela é uma menina especial demais para viver as chatices que a adultice traz.


domingo, 5 de setembro de 2010

Das grandezas...



Se ela fosse mar, seria sereia.
Se ela fosse ar, seria pássaro.
Se ela fosse cor, seria vermelho.
Se ela fosse flor, seria lótus.
Se ela fosse música, seria sol.
Mas não é.
Não seria.
Ela é grande demais para ser uma coisa só.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pequeno conto do destino III

João foi nascido para lutar.
Quando menino, vivia de espada em riste,
fazia desenho nos ares e batalhava contra o vento.
Depois de crescido, encarou lutas mais duras,
guerrilhava pela crença absoluta numa ideologia.
Foi quando outro menino apareceu e, de assalto, robou-lhe a luta.
João foi herói na vida.
Mas morreu da maneira mais ordinária: virou estatística.