sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mãos dadas


Se você vier viver comigo, roubarei esse seu sorriso solar e a mania que ele tem de também me fazer sorrir. Exigirei indicações de livros e passarei tardes inteiras lendo com a cabeça recostada na sua barriga, usando e abusando das suas mãos fazedoras de cafunés. Se você vier viver comigo, usurparei o calor dos seus pés durante a noite e só aceitarei dormir se tiver minhas pernas perdidas nas suas. Aproveitarei a oportunidade para brincar de fazer mapas com as pintinhas do seu corpo. Se você vier viver comigo, decretaremos o feriado mundial dos amantes e os dias serão de uma alegria de dar gosto. Passaremos agostos, setembros, outubros, anos inteiros viajando pelos roteiros mais esquisitos. Brigaremos, porque ninguém é de ferro, mas em noites de sábado, cairemos na farra! Em troca, ofereço essa que me tornei. Essa aqui, incompleta, que desistiu de procurar sentido nas coisas e aprendeu demais na desistência. Não ofereço somente alegrias, porque estaria mentindo. Também não farei promessas. Só segura na minha mão, pequeno. Segura na minha mão e vai, quero que leves a menina de cabelos em tranças amarradas com laço de fita e que, de mãos dadas, a gente busque ser feliz.

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