sexta-feira, 16 de julho de 2010

E o amor, quando é de verdade?


Zé: Vortô pra ficá, né?
Maria: Não, acho que minha sina é sempre caminhá.
Zé: Tu carece é de criar raíz, menina.
Maria: Num fala assim, Zé, eu sinto que andei, andei, andei e num cheguei a lurgar nenhum. Sinto que um tanto de coisa eu perdi e um tanto de coisa eu num consegui achá... Vivê é assim mermo, Zé? Essa coisa doida que muda sempre? A separação de quem a gente quer? Andança sem pará, Zé? Parece tudo sonho. Vivê é isso, Zé? E o amô, Zé, quando é de verdade? E felicidade, Zé, quando é de verdade?
Zé: Ói, a felicidade é o contrário do amô, né? A felicidade...
Maria: E na vida, Zé, o que vem depois da morte?
Zé: Num sei. A gente só sabe perguntá, num sabe responder não
Maria: Acho que meu destino é sempre fazer o caminho de vorta. Adeus, Zé!
Zé: Mas será pussivi, menina, que nossa sina seja sempre se dispidi?
Maria: É não, Zé! Nossa sina é sempre se incontrá!



[da série Hoje é dia de Maria]

Nenhum comentário:

Postar um comentário