segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Amorizade
Camila diz: amiga, tu não estás mais falando direito comigo.
por que, hein?
Duda diz: é porque quase nunca eu estou aqui. agora, mesmo, estava lendo uma tese.
Camila diz: tou órfã de tu.
Duda diz: eu deveria dizer que estou órfã de tu, também, mas estou órfã é de mim, mesmo.
Camila diz: mas tu fica bem sem tu.
eu, não. =(
*Porque nossa amizade é daquelas coisas que não têm fim. E com ou sem ausências, de um jeito ou de outro, é de mãos dadas que a gente vai!
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Dos presentes...
A Dona Mel (http://jardimdemell.blogspot.com/), a flor mais linda de um jardim super colorido, presenteou-me com essa surpresa tão encantadora. Para continuar a brincadeira, chegou a minha hora de indicar leituras e presentar pessoas queridas. Lá vai minha listinha de casas que merecem ser visitadas.
1. Para a menina Cris, que me encontrou justamente quando eu estava precisando ser encontrada. As palavras mais doces, os carinhos mais bonitos, você encontra aqui: http://blog-chao-de-estrelas.blogspot.com/
2. Para a menina-borboleta, dona do sorriso mais bonito do mundo, que chegou e não vai mais embora, seja como for. Aqui, tem até samba, se você quiser: http://www.nelmioparadiso.blogspot.com/
3. Para o amigo poeta, aquele tão jovem, mas que já tem tanto talento no trato com as palavras. Aqui, você encontra engenharia das boas: http://www.laminalucida.blogspot.com/
4. Para Ziris, outra trabalhadora das letras, mais uma que me encontrou e que eu nunca mais quero que desencontre. Palavras para todos os dias, sempre: http://ziris-umtoquedevida.blogspot.com/
5. Por fim, devolvo o mimo, com o mais profundo desejo de que perdure esse encontro de almas promovido pelas letras, pela internet e, principalmente, pela vida: http://jardimdemell.blogspot.com/
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Eram os dois
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Braços estirados
- Cris Carvalho -
As coisas mudaram no dia que ela decidiu se entregar. Não lembra em que instante isso aconteceu, mas desejou ficar diferente, com menos rancor, menos mágoa, menos peso. Parou de procurar quem deixou de pagar a conta e esqueceu todos os devedores pelo caminho. Na bagagem, só o estritamente necessário. Eliminando sobras, aprendeu a aparar as arestas. Dos pertences, restou apenas o desperdício de si, a entrega, o arrebatamento. Pegou nos ares a estrela caída do céu, colocou no cabelo, como um iluminado enfeite, e foi. Peito aberto. Braços estirados. A vida, agora, era qualquer coisa pura, qualquer coisa livre, qualquer coisa genuína. Nada é pesado demais para quem tem asas.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Para Clara
Dói. Mas há que se entender os rumos da vida.
Clara passava dias a depositar impossibilidades numa branca folha de papel. Criava castelos, montanhas e fadas com giz-de-cêra. Dos desenhos, guardava as cores. Céu, sol e flores amarelas, amar-ela. De repente, foi acometida por uma doença de nome estranho: leucemia. Continuou a colorir. Quando as coisas pioraram e o corpo começou a enfraquecer, a menina passou a entender sobre a dor. Conviveu com ela por quase dois anos. Era duro, mas acostumou. E da dor, tirou o alívio. Na bagagem que levou para o hospital, um punhado de estrelas, uma porção de esperança e muitos potes de vida. Vida por toda parte. Sempre. Sempre. Sempre. É por isso que não vou falar da morte. Nem da dela, nem da minha, que também morri um pouco quando ela partiu. Não vou falar da morte porque a morte é nada perto da inocência e do riso lindo que me vêm à mente cada vez que fecho os olhos.
Menina-Luz!
*Vai fazer um mês que Clarinha foi lá pra cima alumiar a vida da gente. Sei que papai do céu fez isso porque ela é uma menina especial demais para viver as chatices que a adultice traz.
domingo, 5 de setembro de 2010
Das grandezas...
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Pequeno conto do destino III
Quando menino, vivia de espada em riste,
fazia desenho nos ares e batalhava contra o vento.
Depois de crescido, encarou lutas mais duras,
guerrilhava pela crença absoluta numa ideologia.
Foi quando outro menino apareceu e, de assalto, robou-lhe a luta.
João foi herói na vida.
Mas morreu da maneira mais ordinária: virou estatística.
domingo, 15 de agosto de 2010
Aventurança
Essa é a história de uma menina que tinha pela vida um amor passarinheiro. Sonhava ser trapezista, mas na falta de espaço na mala do mágico, escondeu-se no baú de um caminhão ao invés de fugir com o circo. Saltou na cidade seguinte e começou a fazer peraltices no posto de gasolina. Deu-se o caso que nunca mais na vida a menina parou de dançar, cantar, nem de andar pelas ruas das cidades. Do sol fez lona e da gente da beira das estradas, plateia. Foram dias e dias percorrendo os caminhos desse mundão, sempre com uma graça debaixo da manga, até quando quis mudar o rumo. Numa atípica tarde chuvosa de uma cidade que não se sabe o nome, a menina decidiu parar. Os anos contavam o número de 22. Tinha os pés cansados da caminhada e um coração batendo de solidão. Viu do chão molhado brotar flor e pensou em fazer morada, com esperança de que também brotasse calma ao seu coração desacertado. Mas teve jeito não, ela só sabia-se liberdade. A vida todinha da menina foi assim, um pouco de loucura e um tantão de tanto de aventurança.
domingo, 8 de agosto de 2010
Do que basta
sábado, 7 de agosto de 2010
Encontro de almas
caça nuvens nos ares, crê no bem e no amor."
- Carlos Drummond de Andrade -
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Mãos dadas
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Entre aspas
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Pequeno conto do destino II
Começou a desenhar na pele desejos futuros, fazendo do próprio corpo manifestação da sua arte. Foi se sujando ao longo dos anos.
Nunca recebeu nada pelas letras, mas jamais deixou de escrever.
Escritora semi-nova.
As linhas foram a maneira que ela encontrou de aplacar uma culpa que não sabia ao certo de onde vinha.
Os escritos eram a sina do corpo que ama.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Por mais estrada debaixo dos pés
- Adriana Falcão -
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Dos afazeres...
Natália,
Hoje o dia foi corrido. Chega a madrugada e eu ainda aqui, envolvida com os estudos da pós. No meio de uma leitura, lembrei você e resolvi escrever mais essas linhas. Está aí uma coisa que acho importante reafirmar desde já: penso-te todos os dias. Em você e em Júlia, claro. Vocês são as irmãs que eu não tive e as amo com uma força que me escapole, ultrapassa. Escrevo porque soube que você anda meio preguiçosa com os deveres da escola. Sei o quanto são importantes as brincadeiras com as amigas e os joguinhos de computador. Sei também que fingir-se modelo, secretária, bailarina, professora, apresentadora de TV e essas tantas que você inventa durante as tardes é determinante para formar o que você é. As atividades dessa ordem devem ser consideradas sempre de primeira grandeza, mas é importante, também, que entre tantos afazeres você arrume algum tempo para fazer as tarefas de casa. Entenda que as pessoas são nascidas para realizar o que gostam e também o que não gostam e, algumas vezes, uma coisa só acontece por causa da outra. Igual quando só lhe é permitido assistir ao filme no dvd se tiver comido legumes na hora do almoço. É a mesma coisa com as tarefas: se você não as fizer, vai acabar indo mal na escola e se isso acontecer... Melhor nem pensarmos nessa hipótese, não é mesmo? Você deve estar achando que hoje eu desatei a falar asneira, mas, acredite, dentro de alguns anos você vai deixar de gostar da maioria das brincadeiras e pode até sentir falta das tarefinhas que deveria ter feito. A isso, as pessoas chamam crescimento. Estude, então, para quando mudarem as suas prioridades. Só tome cuidado para não ficar adulta a ponto de achar bobas as histórias que são escritas para crianças, pois aí, sim, seria uma grande tolice.
Pense nisso.
Carinho,
Duda
terça-feira, 27 de julho de 2010
Primeiro amor
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Declaração Universal da Amizade
A presente declaração proclama a amizade como o melhor presente que um homem poderá dar ao outro ao longo da vida, devendo ser direito universal e inalienável de todos e tendo como único objetivo promover e difundir o amor entre irmãos.
Artigo I
É direito fundamental do homem livre a construção de laços de amizade e toda pessoa, independentemente de sexo, raça ou credo, deverá ter pelo menos um melhor amigo ao longo da vida.
Parágrafo único: Entre os melhores amigos serão permitidas as maiores intimidades, sendo possível confiar, inclusive, segredos que não se contaria nem para si mesmo.
Artigo II
Apenas critérios da ordem do coração serão aceitos na construção de uma amizade.
Artigo III
Homem algum jamais padecerá de uma mão amiga em momentos de queda.
Artigo IV
A todo e qualquer amigo será dado o dom do resgate.
Artigo V
1. Fica determinado que os amigos deverão, pelo menos uma vez na vida: dormir na casa um do outro, brincar de cabaninha durante a madrugada, participar de promissores projetos de negócios que jamais darão certo.
2. É permitido aos amigos o fracasso.
3. É livre a existência de amigos imaginários e permite-se, inclusive, que um animal seja considerado o melhor amigo do homem.
Artigo VI
Nenhum amigo sumirá arbitrariamente da vida do outro.
Artigo VII
"Eu te amo" será a frase de ordem numa relação de amizade e deverá ser dita sem pudores, em qualquer instante do dia ou da noite, sob quaisquer circunstâncias.
Artigo VIII
É permitido a um amigo morar no abraço do outro sempre que isso for necessário. Quando não for, também.
Artigo IX
É permitido aos amigos brigar e até machucar verbalmente um ao outro, entendendo os instantes de crise como necessários para o fortalecimento da amizade, desde que os laços sejam reatados com nós ainda mais firmes.
Parágrafo único: A pena paga em discussões de longa duração deverá ser de abraços, carinhos e sorrisos.
Artigo X
Um amigo poderá contatar o outro a qualquer instante, independentemente da distância ou entraves logísticos de outra ordem, pessoalmente, através de cartas, telefonemas, torpedos, pombo correio ou sinal de fogo.
*Para Camila, Rafael, Crisly, Aninha, Bruna e Joyce
domingo, 25 de julho de 2010
Noites de terça
sábado, 24 de julho de 2010
Parceria
Amizade é matéria de salvação."
- Clarice Lispector -
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Pequeno conto do destino
Trabalhava desde menina. A mesma rotina maçante, dia após dia.
Estendia roupa no varal quando a trupe passou: curiós cantando e dançando por toda parte.
Tinha palhaçada, sim senhor! Tinha marmelada, sim senhor!
Balões co-lo-ri-dos em tão variados tons que ela chegou a ficar tonta.
Largou a trouxa e fugiu com o circo.
Mas continuou a viver na corda bamba.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Oração pelos dias que virão
* Para Júlia e Natália.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Menina-música
terça-feira, 20 de julho de 2010
Fotossíntese
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Meninice
"Me cansei de lero-lero,
dá lincença, mas eu vou sair do sério!"
- Rita Lee e Roberto de Carvalho -
domingo, 18 de julho de 2010
Dor na corda bamba
sábado, 17 de julho de 2010
Sobre o tempo...
Recife, 17 de julho de 2010
Natália,
Duda
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Uma boca de sorrir poemas
E o amor, quando é de verdade?
Zé: Vortô pra ficá, né?
Maria: Não, acho que minha sina é sempre caminhá.
Zé: Tu carece é de criar raíz, menina.
Maria: Num fala assim, Zé, eu sinto que andei, andei, andei e num cheguei a lurgar nenhum. Sinto que um tanto de coisa eu perdi e um tanto de coisa eu num consegui achá... Vivê é assim mermo, Zé? Essa coisa doida que muda sempre? A separação de quem a gente quer? Andança sem pará, Zé? Parece tudo sonho. Vivê é isso, Zé? E o amô, Zé, quando é de verdade? E felicidade, Zé, quando é de verdade?
Zé: Ói, a felicidade é o contrário do amô, né? A felicidade...
Maria: E na vida, Zé, o que vem depois da morte?
Zé: Num sei. A gente só sabe perguntá, num sabe responder não
Maria: Acho que meu destino é sempre fazer o caminho de vorta. Adeus, Zé!
Zé: Mas será pussivi, menina, que nossa sina seja sempre se dispidi?
Maria: É não, Zé! Nossa sina é sempre se incontrá!
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Ela veio para ser pássaro
"Mas você tem cento e vinte borboletas
pousadas na sua tiara.
Você pode voar a qualquer momento!"
- Rita Apoena -
Uma lágrima e uma reza
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Ela já entendeu tudo
Do que resta
terça-feira, 13 de julho de 2010
Inventário de mim mesma
- Caio Fernando Abreu -